sábado, 20 de fevereiro de 2010

CHAMAS
Texto de Aluísio Cavalcant Jr.



Hoje a alegria dá novas cores ao meu olhar.

Sinto-a plena dentro e fora de mim.

Sinto-me leve.

Deliciosamente leve.

Se for verdade que a alegria é chama

Que acende a vida,

Posso dizer que hoje

Minha vida arde em labaredas que chegam ao infinito.

Estou totalmente em chamas.




___________________________________________________




A HISTÓRIA DO TEXTO





Escrevi este poema em um momento que a alegria

inspirava vida em meu coração.

Estava feliz.

Deliciosamente feliz.









sábado, 13 de fevereiro de 2010




UM POEMA QUE EU QUERIA TER ESCRITO


O MELHOR DE MIM
Poema de Nel Meirelles.


O melhor de mim

Não está nos poemas

Que derramo pela vida.

Nem nas notas das minhas canções.

O melhor de mim

Não está no meu sorriso,

E nem no meu pranto,

E nem no brilho do meu olhar.

O melhor de mim,

Estou (re) aprendendo agora,

É essa imensa capacidade

De ser um e ser dois,

De dar nuvens e dar chão,

De dar estrelas e dar pão.

O melhor de mim,

(abriu-se este clarão),

É ter a coragem

De buscar no meu peito,

Mesmo dolorido, a alegria

De me reencontrar

Comigo mesmo,

E gostar do que vejo.

O melhor de mim

É ter a certeza,

De que o melhor de mim,

Sou eu mesmo.







_________________________________________________






A HISTÓRIA DO TEXTO




Nestes tempos de reflexões pessoais,

onde a vida tem dado e retirado de mim

coisas e pessoas importantes,

este texto escrito por Nel Meirelles me marcou profundamente.

Talvez pelo momento vivido por ele,

que viera falecer pouco tempo depois.

Talvez pelo momento vivido por mim,

que estou reescrevendo minhas histórias.

Resolvi dividir este texto com vocês.

É uma parte de mim escrita por outra pessoa.

E uma das minhas melhores certezas.





Quem desejar conhecer melhor NEL MEIRELLES

pode visitar www.falapoetica.blogger.com.br









segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


CENA DE FAVELA

Texto de Aluísio Cavalcante Jr.



I


Ante a luz de pálida vela,

Na favela,

Uma criança chora.

E perante a noite meiga,

Cada lágrima é uma queixa.

Cada soluço, uma mágoa.



Por entre as paredes de barro,

Do barraco,

Um canto ouve-se agora.

É a mãe da criança que canta,

Com uma voz tão meiga e branda,

Que o filhinho aflito acalma.



“- Meu filhinho dorme... dorme...

Não chore assim, não... não.

Enxugue teu rosto lindo,

Filhinho do coração.

Nosso dinheiro acabou-se.

Findou-se também o pão.



Teu pai, coitado... coitado...

Do trabalho não chegou.

Coitado trabalha muito,

Mas pouco lhe dão valor.

Ontem te vendo magrinho

De tristeza até chorou.



Eu também saí cedinho

Com minha velha sacola.

Andei por muitos lugares.

Bati de porta em porta.

“- Perdoa”, todos disseram

Todos negaram a esmola.



Por isso não chore filho.

Não chore assim, não... não...

Enxugue teu rosto lindo,

Meu filho do coração.

Nosso dinheiro acabou-se,

Findou-se também o pão”.



Com os olhinhos cheios d’água

E de mágoa,

A mãe parou de cantar.

Depois de orar complacente,

Saiu do quarto mansamente,

Para o filho não acordar.




II

Ante a luz de pálida vela,

Na favela,

Uma criança dorme.

E perante a noite branda,

Segue sonhando a criança,

Que dormiu sentindo fome.






_____________________________________________






A HISTÓRIA DO TEXTO





Este texto nasceu com o objetivo de nos lembrar,

que por trás de um Brasil tão rico, existe um Brasil tão pobre.

Enquanto houver uma pessoa com fome,

nossa missão no mundo estará incompleta.

Nossa felicidade também.